quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Queda livre

Via o chão se aproximar. Então teve a subta idéia de não aparar a queda. Um estranho desejo de sentir a dor aguda e de despertar o sentidos do torpor no qual seu corpo, que nunca fora tocado por niguém, estava aprisionado, a guiavam para um caminho sem volta. 50 cm. Pensou em toda polidez nos gestos dos homens que conhecia. 40 cm. Eles não a desejavam, eles não a desvirginaram e tudo isso lhe consumia. 30 cm. Era a dor do desejo desejando um pouco dor. 20 cm. Apertou as mão. 10 cm. Sentiu os primeiros sintomas do medo, mas permaneceu firme em sua decisão. 9 cm. Fechou os olhos e largou os braços. 5 cm. Sentia o medo ceder lugar ao antegozo... Com olhos ainda fechados, percebendo que não setira o baque, teve a ligeira impressão de ter perdido a capacidade de sentir qualquer coisa. Ao abrir os olhos, percebeu que ainda estava em seu pequeno quarto. Em suas mão, um pequeno rascunho que acabara de escrever. Terrível ilusão. Ela sonhara o conto que escrevera.

1 comentários:

Anônimo disse...

*clap clap*